Geologia

Previsão de Terremotos


A crosta terrestre é formada por placas rígidas (placas litosféricas) que se deslocam em diferentes direções, como se flutuassem sobre o manto, que é uma porção da Terra de consistência plástica. Esse movimento é vagaroso, apenas alguns centímetros por ano. Mas, as placas são massas colossais e quando duas delas se encontram, começa a haver uma compressão. Em dado instante, a tensão acumulada é tão grande que supera a resistência das rochas e ocorre uma ruptura, chamada falha geológica. Nesse momento, ocorre o terremoto.
Na região onde duas placas estão se afastando, também ocorre tensão, só que de distensão, não de compressão.
A quase totalidade da atividade sísmica do planeta ocorre em limites de placas litosféricas, com terremotos interplacas. Os mapas que mostram a localização dos epicentros deixam bem clara a grande concentração dos sismos, por exemplo, nos bordos da placa do Pacífico. Nada menos de 75% da energia liberada por terremotos ocorre naquela região do globo, conhecida por Cinturão de Fogo do Pacífico, porque os terremotos são ali acompanhados de vulcanismo.
Mas, embora menos freqüentes, pode haver terremotos também dentro de uma placa (terremotos intraplaca). Eles são em geral de pequena intensidade quando comparados com os de bordo de placa. Como o Brasil está na Placa Sul-Americana e esta se choca com outra placa na região da Cordilheira dos Andes, fora do nosso território, estamos livres de terremotos muito fortes, registrando apenas os intraplaca. Mas, isso não significa que aqui ocorrem apenas acomodações de camadas, como se pensava até a década de 70 do século passado.
Os sismos intraplaca são rasos (até 30-40 km de profundidade), e de magnitudes baixas a moderadas.
O ponto no interior da crosta onde se inicia a ruptura e a conseqüente liberação da tensão acumulada chama-se hipocentro (ou foco). O ponto da superfície terrestre imediatamente acima do hipocentro é o epicentro. Este é o que mais interessa à população atingida pelo terremoto, pois ele é uma cidade, um povoado, ou um ponto a uma certa distância de um local conhecido, e não um ponto perdido no interior da crosta.

Quando um terremoto é de baixa intensidade, chama-se de abalo sísmico ou tremor de terra. Mas, a origem e a natureza são exatamente as mesmas, diferindo apenas a extensão da área de ruptura.
O terremoto provoca o surgimento de ondas sísmicas, que se propagam em todas as direções. Elas são de dois tipos, as ondas primárias (ondas P) e as ondas secundárias (ondas S).
As ondas primárias são longitudinais, isso e, vibram na mesma direção em que se propagam. As ondas secundárias são transversais, pois vibram em direção perpendicular As ondas primárias são mais velozes e provocam deformações de compressão e dilatação. As secundárias, mais lentas, provocam deformações tangenciais, também chamadas de cisalhamento.
O som provocado pelo terremoto e propagado pelo ar é transmitido através de ondas do tipo P. Nos líquidos, também, pois as ondas S só se propagam em meio sólido.
Vimos que a velocidade das ondas primárias é maior que a das ondas secundárias. Mas, é importante saber que quanto maior a densidade da rocha, maior a velocidade das ondas sísmicas.
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Como se medem os terremotos

O tamanho relativo dos sismos é chamado de magnitude. Ela é medida usando-se a chamada Escala Richter, criada em 1935, por Charles Richter. Essa escala é logarítmica, ou seja, de um grau para o grau seguinte a diferença na amplitude das vibrações é de dez vezes. E a diferença da quantidade de energia liberada é de 30 vezes. Isso significa que um terremoto de magnitude 6 tem vibrações dez vezes maiores que um terremoto de magnitude 7 e cem vezes maiores que um cuja magnitude é 8.
A mídia costuma afirmar que a Escala Richter vai até 9, mas isso está errado. É verdade que nunca se registrou um terremoto de 10 graus, mas o fato é que a escala não tem limite, nem superior, nem inferior. Um abalo muito fraco pode inclusive ter magnitude negativa, pois a escala apenas compara os terremotos entre si.
Modernamente, usa-se também uma outra escala, que é absoluta e não relativa como a Richter. Ela baseia-se no chamado momento sísmico. De acordo com ela, o maior terremoto já registrado foi um que atingiu o sul do Chile em 1960.
Para se ter uma idéia mais exata do que representa um terremoto muito forte, se ele atingir magnitude 9 na Escala Richter, provocará uma rachadura que cortará a crosta terrestre numa distância igual à que separa o Rio de Janeiro de São Paulo, com cada bloco se afastando 10 m em relação ao outro.
Em 90% dos casos, a magnitude de um terremoto não passa de 7,0 graus.
Uma outra maneira de medir os terremotos e avaliando os efeitos que eles causam em determinado lugar. Para isso, usa-se a Escala Mercalli Modificada.
A Escala Mercalli não se baseia em medições feitas com instrumentos, mas sim na avaliação visual do efeito causado pelo terremoto em objetos e construções e sobre as pessoas.
Quando se passa de um grau dessa escala para o grau seguinte, a aceleração do solo aumenta aproximadamente o dobro.
Essa escala é menos precisa que a Escala Richter, porque usa conceitos como poucas pessoas e muitas pessoas, sem definir um número exato. Mas, por outro lado, é importante para se avaliar um terremoto ocorrido há muito tempo, numa época em que não havia estações sismográficas.
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Terremotos no Brasil

Embora se situe no interior de uma placa litosférica e, portanto, em área tectonicamente estável, o Brasil tem uma atividade sísmica que não pode ser ignorada.

A ESCALA MERCALLI

Grau Descrição dos Efeitos
I Não sentido. Leves efeitos de período longo de terremotos grandes e distantes.
II Sentido por poucas pessoas paradas, em andores superiores ou locais favoráveis.
III Sentido dentro de caso. Alguns objetos pendurados oscilam. Vibração parecida à do
passagem de um caminhão leve. Duração estimado. Pode não ser reconhecido com um abalo sismico.
IV Objetos suspensos oscilam. Vibração parecida o da passagem de um caminhão pesado. Janelas, louças, portas fazem barulho.
Paredes e estruturas de madeiro rangem.
V Sentido fora de casa; direção estimada. Pessoas acordam. Liquido em recipiente é perturbado. Objetos pequenos e instáveis são deslocados. Portas oscilam, fecham, abrem.
VI Sentido por todos. Muitos se assustam e saem às ruas. Pessoas andam sem firmeza Janelas, 1ouças quebrados. Objetos e livros caem de prateleiras. Reboco fraco e construção de má qualidade racham.
VII Difícil manter-se em pé. Objetos suspensos vibram. Móveis quebram. Danos em construção de má qualidade, algumas trincas em construção normal.
Queda de reboco, ladrilhos ou tifojolos mal assentados, telhas. Ondas em piscinas. Pequenos escorregamentos de barrancos arenosos.
VIII Danos em construções normais com colapso parcial. Algum dano em construções reforçadas.
Queda de estuque e alguris muros de alvenaria. Queda de chaminés, monumentos, torres e caixas d’água, Galhos quebram-se das árvores. Trincas no chão.
IX Pânico geral. Construções comuns bastante danificadas, às vezes colapso total.
Danos em construções reforçadas. Tubulação subterrãnea quebrada. Rachaduras visíveis no solo.
X Maioria das construções destruidos até nas fundações. Danos sérios a barragens e diques.
Grandes escorregamentos de terra. Água jogada nas margens de rios e canais, Trilhos levemente entortados.
XI Trilhos bastante entortados. Tubulaçôes subterrâneas completamente destruidos.
XII Destruição quase total. Grandes blocos do racha deslocados. Linhas de visada e níveis alterados. Objetos atirados ao ar.
Fonte: Assunção & Dias Neto, 2000 (modificado)


O maior terremoto registrado no nosso país ocorreu em 1955 e teve seu epicentro 370 km ao norte de Cuiabá (MT). A magnitude atingiu 6,2 graus na Escala Richter.
Em 1980, houve outro terremoto, com magnitude 5,2, sentido em praticamente
todo o Nordeste. Este provocou o desabamento parcial de algumas casas em Pacajus (CE).
Em 8 de junho de 1994, a cidade de Porto Alegre (RS) foi atingida pelas ondas sísmicas provocadas por um terremoto que ocorreu na Bolívia, a 2.200 km de distância. O abalo, que atingiu 7,8 graus na escala Richter, foi mais forte que aquele ocorrido nos Estados Unidos em janeiro daquele ano, e que, com uma magnitude de 6,6 graus, destruiu diversos bairros de Los Angeles. O terremoto da Bolívia, porém, teve conseqüências bem menos sérias porque seu hipocentro situou-se a grande profundidade, 600 km abaixo da superfície.
Em Porto Alegre, ele foi sentido por algumas pessoas; fez sacudir lustres e objetos suspensos; fez vibrar móveis nos andares mais altos de alguns edifícios; fez girar ventiladores que estavam desligados.
Esses sinais permitem dizer que ele teve uma intensidade IV na escala de Mercalli, sendo por isso classificado como moderado.
Esse terremoto levou 5min 38 s para ser sentido em Porto Alegre, tempo que as ondas sísmicas, viajando a 6,5 km/s, levaram para percorrer os 2.200 km que separam a capital gaúcha do seu epicentro.
Em nosso país, ocorrem a cada ano, em média, 20 sismos de magnitude maior que 3,0 e dois com magnitude maior que 4,0. Isso confirma uma descoberta de Charles Richter: um aumento de um
grau na magnitude, diminui em cerca de dez vezes a quantidade de terremotos, seja em que região do mundo for.
No Brasil, terremotos com magnitude maior que 7,0 devem ocorrer uma vez a cada 500 anos; no Chile, isso ocorre a cada 3 anos.

A primeira vítima de terremoto no Brasil foi a menina Jesiane Oliveira da Silva, de 5 anos. Um terremoto de 4,9 pontos na escala Richter que atingiu o vilarejo de Caraíbas, em Itacarambi (MG), em 9 de setembro de 2007, avariou todas as 75 construções da comunidade e destruiu seis delas. Em uma destas seis, estava Jesiane. Outras seis pessoas ficaram feridas, duas em estado grave. Uma delas era a irmã gêmea da menina, que estava com ela na mesma cama.
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Terremotos provocados pela atividade humana

Por estranho que pareça, há terremotos que são provocados pela atividade humana. Eles são chamados de sismos induzidos e surgem em decorrência de explosões nucleares, introdução de água e gás sob pressão no subsolo, construção de barragens, mineração a céu aberto de grandes proporções ou extração de fluidos, como petróleo, do subsolo.
De todas essas causas, a única que tem provocado sismos de magnitude considerável é a construção de barragens, mais precisamente, o enchimento do lago, pelo enorme peso que passa a existir no local. O maior desses sismos ocorreu na Índia, em 1967, na barragem de Koyna. Ele atingiu magnitude 6,3 e provocou 200 mortes.
No Brasil, o primeiro sismo induzido de que se tem notícia ocorreu na Hidroelétrica de Capivari-Cachoeira, a nordeste de Curitiba (PR), entre 1971 e 1972. A atividade sísmica continuou até 1979, mas cada vez menos intensa.
Em terremotos desse tipo, é fácil entender, o risco maior é o de afetar a estrutura da própria barragem, pois ela se encontra no epicentro do abalo.
No dia 7 de setembro de 2001, um milhão de crianças do Reino Unido pularam
nos pátios de suas escolas ao mesmo tempo para tentar provocar um terremoto. A iniciativa foi do governo britânico, como parte das atividades do Ano da Ciência, que teve por objetivo despertar o interesse pela ciência em crianças e jovens de 10 a 19 anos de idade.
O resultado não foi além de um ligeiro rabisco nos sismógrafos, mas foi aceito pelo Guiness – O Livros dos Recordes como o maior salto simultâneo da história.
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O registro dos terremotos

Os terremotos são registrados e estudados nas estações sismográficas.
Nelas, aparelhos chamados sismômetros medem os terremotos e outros, chamados sismógrafos, registram seus efeitos numa folha de papel. Esse registro é chamado de sismograma.
O sismograma é desenhado por uma agulha que se apóia sobre um papel, o qual, por sua vez, envolve um cilindro giratório. À medida que o cilindro vai girando, a agulha vai desenhando o sismograma, através de movimentos em zigue-zague. Quando não há atividade sísmica, a linha é praticamente reta. Quando os abalos surgem, a agulha começa a dar saltos, movendo-se horizontalmente.


TERREMOTOS TERRÍVEIS


Todo terremoto de grande magnitude é apavorante quando atinge áreas povoadas. Isso é cada vez mais comum, porque a humanidade constantemente ocupa espaços vazios na superfície da Terra.
Entre os maiores terremotos que a humanidade enfrentou estão os seguintes:


23.01.1556 – Shensi China – magnitude ignorada - o maior número de mortos: 830.000
01.11.1755 – Lisboa, Portugal – 8,7 graus - O maior terremoto em crosta oceânica. Causou um tsunami devastador e foi seguido de enormes incêndios.
22.05.1960 – Sul do Chile – 8,5 graus - O terremoto de maior magnitude do século XX (9,7 graus se medida com base no momento sísmico).
04.02.1875 – Liaoning, China – 7,2 graus - único grande terremoto previsto com sucesso. Teve poucos mortos.
28.06.1992 – Landers, Califórnia, EUA – 7,5 graus – Causou uma ruptura na superfície de 70 km.
16.01.1995 – Kobe, Japão – 6,9 graus – 100.000 prédios destruídos.

segunda-feira, 22 de março de 2010 às 18:04 , 0 Comments

O que são e pra que servem a placas tectônicas?

Placas tectônicas

O que são e para que servem ?

Placas Tectônicas


As placas tectônicas são subdivisões da crosta terrestre que se movimentam de forma lenta e contínua sobre o manto, podem aproximar-se ou afastarem-se umas das outras provocando abalos na superfície como terremotos e atividades vulcânicas. Tais movimentos ocorrem pelo fato do interior terrestre ser bastante aquecido fazendo com que as correntes de convecção (correntes circuladas em grandes correntes) determinem a forma de seus movimentos. Quando as correntes são convergentes elas se aproximam e se chocam sendo motivadas pela menor densidade das placas oceânicas em relação às placas continentais, sendo que a placa oceânica é engolida pela continental, porém quando são divergentes elas se afastam fazendo com que as placas se movimentem em direção contrária, perdendo calor.


As placas convergentes se colidam de forma que uma se coloca embaixo da outra e então retorna para a astenosfera. As placas divergentes se afastam pela criação de uma nova crosta oceânica, pelo magma vindo do manto.

Cordilheiras mesoceânicas

As cordilheiras mesoceânicas apresentam uma cadeia de montanhas submarinas, que se estende linearmente por mais de 70.000 km ao redor do globo, compondo o sistema de vulcões mais ativo do planeta (Macdonald et al., 1991). Seu eixo central é geralmente caracterizado por um vale em rifte de algumas dezenas de quilômetros de largura e profundidade média de 3.500 m. Ao longo deste vale, vulcões ativos, de cerca de 2-3 km de diâmetro extravasam magma e dão origem à formação de nova crosta oceânica (Mckenzie & Bowin, 1976).


Vulcanismo

É a ação dos vulcões. Chamamos de vulcanismo o conjunto de processos através dos quais o magma e seus gases associados ascendem através da crosta e são lançados na superfície terrestre e na atmosfera. Os materiais expelidos podem ser sólidos, líquidos ou gasosos, e são acumulados em um depósito sob o vulcão, até que a pressão faça com que ocorra a erupção. As lavas escorrem pelo edifício vulcânico, alterando e criando novas formas na paisagem. A maioria dos vulcões da Terra está concentrada no Círculo de Fogo do Pacífico, desde a Cordilheira dos Andes até as Filipinas.

Tectonismo

O tectonismo, também conhecido por diastrofismo, consiste em movimentos decorrentes de pressões vindas do interior da Terra, agindo na crosta terrestre. Quando as pressões são verticais, os blocos continentais sofrem levantamentos, abaixamentos ou sofrem fraturas ou falhas. Quando as pressões são horizontais, são formados dobramentos ou enrugamentos que dão origem às montanhas. As consequências do tectonismo podem ser várias, como por exemplo a formação de bacias oceânicas, continentes, platôs e cadeias de montanhas.

domingo, 21 de março de 2010 às 19:04 , 0 Comments

Criação do site Geologia em ação!

Criação do site Geologia em ação!


Pode até mesmo demorar mas o blog Geologia em ação tem planos para a criação de um site relacionado ao assunto. Os primeiros projetos do site estão sendo criados, como por exemplo o layout, conteúdo e muito mais. O blog tem colocado você em dia sobre tudo o que se passa no cenário da geologia mundial e seus principais acontecimentos.

às 18:53 , 0 Comments

NASA divulga estudo negando previsões do IPCC sobre a Amazônia

Um novo estudo financiado pela NASA concluiu que a Floresta Amazônica praticamente não foi afetada pela seca de 2005, a maior em um século.

"[A Floresta Amazônica] não sofreu prejuízo ou benefício, contrariamente ao relatório e alegações feitas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)," dizem os cientistas em nota divulgada nesta quinta-feira (11/03).

Intensidade do verde da floresta

"Nós não encontramos grandes diferenças na intensidade do verde da floresta entre os anos de seca e de não-seca, o que sugere que essas florestas podem ser mais tolerantes à seca do que se pensava anteriormente," disse Arindam Samanta, da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, e autor principal do estudo.

O estudo abrangente, publicado na última edição da revista científica Geophysical Research Letters, usou os dados mais recentes do satélite MODIS, da NASA, para medir a intensidade do verde da Floresta Amazônica ao longo da última década.

O satélite MODIS foi o mesmo que ajudou a descobrir que uma pequena região do deserto do Saara é o maior fornecedor de adubo para a Floresta Amazônica.

Reação às mudanças climáticas

Um estudo publicado na revista Science, em 2007, defendia que a Floresta Amazônica de fato se beneficiaria da seca devido à maior incidência da luz do Sol que penetra durante os períodos sem nuvens. O novo estudo descobriu que os resultados então apresentados eram falhos e não reproduzíveis.

"Este novo estudo traz alguma clareza para a nossa compreensão de como estas florestas, com sua rica fonte de biodiversidade, reagirão no futuro, em face da dupla pressão da exploração florestal e das mudanças climáticas," disse o professor Ranga Myneni, coordenador da pesquisa.

Críticas ao IPCC

O IPCC está sob severas críticas por imprecisões em seus dados, incluindo uma afirmação - baseada em um estudo sem bases científicas feito pela organização World Wildlife Fund - de que até 40% da Floresta Amazônica poderia reagir de forma drástica e ser substituída por savanas até mesmo por uma ligeira diminuição nas chuvas.

"Nossos resultados certamente não indicam essa extrema sensibilidade a reduções nas chuvas," completa Sangram Ganguly, de um instituto de pesquisas ambientais ligado ao Centro de Pesquisas Ames, da NASA.

Em reação às críticas, a ONU anunciou há poucos dias uma revisão das normas de revisão científica do IPCC, que deverá estar concluída até Agosto.

Opinião brasileira

"A forma que o relatório do WWF calculou esses 40% está totalmente errada, enquanto [os novos] cálculos são, de longe, mais confiáveis e corretos", afirma o Dr. José Marengo, pesquisador brasileiro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e membro do IPCC. Marengo não participou do estudo que agora está sendo publicado.

Em entrevista recente, Carlos Nobre, também pertencente tanto ao Inpe quanto ao IPCC, defendeu que o órgão ambiental da ONU deve adotar um sistema de errata contínua, como o utilizado pelos jornais e revistas, em que os erros encontrados são apresentados e corrigidos imediatamente, sem precisar esperar até a elaboração de um novo relatório.

às 18:40 , 0 Comments

Terra "bola de neve"


Terra "bola de neve"

Um grupo internacional de geólogos afirma ter encontrado evidências de que os oceanos congelaram-se totalmente até o Equador há 716,5 milhões de anos, dando nova precisão a uma hipótese longamente discutida de que a Terra, nessa época, pode ter-se transformado em uma enorme bola de gelo.

As novas descobertas, baseadas em uma análise de antigas rochas tropicais que são encontradas no noroeste do Canadá, reforçam a teoria de que nosso planeta já foi inteiramente coberto de gelo em todas as latitudes, durante alguns períodos de forte resfriamento no passado.

Glaciações

"Esta é a primeira vez que se demonstrou que a glaciação Sturtiana ocorreu em latitudes tropicais, fornecendo evidências diretas de que essa glaciação particular foi um evento no qual a Terra era uma bola de neve," afirma Francis Macdonald, da Universidade de Harvard.

Os novos dados sugerem ainda que a glaciação Sturtiana durou pelo menos cinco milhões de anos. Juntamente com a glaciação Marinoana, estas foram as maiores eras do gelo que se sabe terem ocorrido sobre a Terra.

Agora os cientistas argumentam que elas foram tão intensas quanto se suspeitava, transformando a Terra em um planeta de gelo.

Evolução e a origem dos animais

Mesmo em uma Terra que mais se parecia com uma bola de neve, contudo, haveria gradientes de temperatura, e é provável que o gelo do mar fosse dinâmico, fluindo, desbastando-se e formando manchas locais de mar aberto, proporcionando refúgio para a vida.

"O registro fóssil sugere que todos os grandes grupos eucarióticos, com a possível exceção de animais, existia antes da glaciação Sturtiana", afirma Macdonald.

"As perguntas que surgem são: Se existiu mesmo uma Terra congelada, como é que estes eucariontes sobreviveram? Será que a 'Terra bola de neve' Sturtiana estimulou a evolução e a origem dos animais?"

"De uma perspectiva evolucionária", acrescenta ele, "nem sempre é uma coisa ruim para a vida na Terra enfrentar um forte estresse," acrescenta ele.

Rochas tropicais

As rochas que Macdonald e seus colegas analisaram no território canadense do Yukon mostram depósitos glaciais e outros sinais de glaciação, como clastos estriados, detritos gerados pelo atrito do gelo e deformação de sedimentos moles.

Os cientistas foram capazes de determinar, com base no magnetismo e na composição dessas rochas, que 716,5 milhões de anos atrás as pedras estavam localizadas ao nível do mar nos trópicos, numa latitude de cerca de 10 graus.

Glaciação vulcânica

Os cientistas não sabem exatamente o que causou essa glaciação e nem o que acabou com ela, mas Macdonald afirma que sua idade de 716,5 milhões de anos se aproxima da idade de uma grande província ígnea - composta por rochas formadas pelo magma que esfriou - que estende por mais de 1.500 km do Alasca até a Ilha Ellesmere, no extremo nordeste do Canadá.

Esta coincidência pode significar também que a glaciação foi iniciada ou seja encerrada por atividade vulcânica.

às 18:32 , 0 Comments

Posição do Brasil em placa tectônica causa tremores menores

às 13:03 , 0 Comments

Erupção vulcânica na Islândia é a maior dos últimos 200 anos no país


Fenônemo abriu rachadura no gelo de no mínimo 500 metros. O Fimmvorduhals estava inativo desde 1823.

Mais de 600 pessoas foram evacuadas neste domingo (21) pela erupção do vulcão Fimmvorduhals, no sul da Islândia, que obrigou o governo a decretar estado de emergência na região.

As pessoas evacuadas, que vivem em três cidades próximas ao vulcão, foram hospedadas em uma escola e atendidas por funcionários da Cruz Vermelha. Ainda não se sabe quando elas poderão voltar para casa.

O aeroporto de Keflavik esteve fechado para o tráfego aéreo internacional durante várias horas devido à pouca visibilidade provocada pelas cinzas lançadas pelo vulcão. Depois do meio-dia local (9h de Brasília), foram retomados os voos internacionais, mas não os voos domésticos.

Os cientistas avaliaram a erupção de categoria baixa, mas temem que possa haver outra mais severa no Katla, um vulcão próximo e com maior poder de destruição.

A ameaça de possíveis enchentes foi descartada após o exame realizado na área pelos técnicos, mas a proximidade do epicentro da geleira faz com que se mantenha a declaração de emergência.

O vulcão subterrâneo Fimmvorduhals, cuja erupção era esperada pelos especialistas havia tempo, está situado sob o gelo, entre as geleiras de Eyjafjalla e Mýrdal, cerca de 120 quilômetros ao leste de Reykjavik.

A erupção, que ocorreu por volta da meia-noite local (21h de Brasília), abriu uma rachadura de comprimento entre 500 metros e 1 quilômetro no gelo. O Fimmvorduhals não entrava em erupção desde 1823.

A Islândia é uma ilha formada pela atividade vulcânica e ainda conta com inúmeros vulcões subterrâneos ativos. O mais conhecido é o Hekla, que entrou em erupção pela última vez há dez anos.

*Com informações da AP e da Agencia EFE

fonte: globo.com

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